Regras técnicas Desafio Solar Brasil 2009

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1 – Geral
As regras aqui estipuladas se aplicam ao Desafio Solar Brasil – Paraty 2009, que neste documento será chamado simplesmente de “a competição”.
Todos os participantes devem ler e concordar com as regras técnicas. A organização penalizará todos os participantes e times que ignorarem ou violarem essas regras. As penalizações podem ser feitas em forma de advertência ou desqualificação e eliminação de futuras participações.
Todas as questões referentes à interpretação das regras técnicas devem ser submetidas, por escrito, à organização. As regras serão publicadas no website e são obrigatórias para todos os participantes. Caso necessário, a organização pode inserir emendas à regra.

2 – Especificações Técnicas e de Segurança

Os participantes serão responsáveis pelas condições técnicas e de segurança de suas embarcações durante toda a competição. O projeto deve ser feito de tal forma que possa participar com segurança do desafio, levando em conta todos os aspectos da competição (navegação, abrigo e armazenamento nos padoques boxes, etc.). Os participantes não estarão isentos dessa responsabilidade, mesmo após a aprovação do projeto e das condições técnicas.

2.1 – Definições
Voltagem máxima do sistema: Voltagem máxima, medida em Volts, com um medidor de voltagem configurado entre a ligação terra e qualquer outro ponto do sistema elétrico.

Voltagem da fonte: Valor nominal de voltagem da bateria.

Dead man’s switch: Dispositivo que corta o suprimento de energia do motor tão logo o piloto perca o controle ou saia da embarcação, voluntariamente ou não.

Bateria: Dispositivo usado para armazenar a energia elétrica. Os tipos de bateria são diferenciados no contexto da competição, sendo: Chumbo-ácido, chumbo-gel, níquel-cádmio, níquel-metal híbrido, níquel-zinco, prata-zinco, níquel-ferro, lítio-íon, lítio-polímero.

Totalmente carregada: Condição da embarcação na qual todos os sistemas estejam montados, instalados e operantes, todos os lastros instalados e a tripulação a bordo tenha todos os dispositivos de segurança.

Borda livre: distância entre a linha d’água e uma linha imaginária sobre a quina de ligação entre o convés e o costado, ou qualquer abertura mais inferior no costado em condições de carregamento máximo.

Aberturas: canais de alimentação pelos quais é possível o embarque de água.

Meios de armazenamento de energia: qualquer meio de armazenar energia, excluindo as baterias.

2.2 – Categorias

A competição é aberta a uma categoria de embarcação:
Classe A : embarcação com um tripulante apenas
Características principais:
Comprimento total 6.0 m
Boca máxima 2.4 m
Altura acima da linha d´agua 1.3 m

O comprimento total é medido do extremo de proa ao extremo de popa, incluindo o motor se for o caso. Caso alguma equipe exceda mais que 0,5% o comprimento total será desqualificada.

A altura acima da linha d’água deve ser limitada pela especificação de altura ou deve permitir reduções aos níveis aceitáveis durante a competição. Quaisquer mecanismos utilizados para estes ajustes devem ser operados eletricamente e alimentados pela bateria principal. Não é permitida a instalação de fontes secundárias de energia para este propósito.

Não há limitação quanto ao calado máximo. As equipes, porém devem ter ciência das limitações naturais de calado em trechos específicos, mais rasos, na rota traçada para a competição. As profundidades podem inclusive variar de acordo com a data e a hora.

Propulsores podem ser trocados a qualquer momento no transcorrer da competição.

Não há restrições quanto à massa máxima permitida para as embarcações. As equipes, porém devem ter em mente que a responsabilidade de transporte e lançamento das embarcações é delas e que no máximo 4/5 dos integrantes de cada uma poderão trabalhar nas etapas de transposição por terra durante a corrida.

2.3 – A embarcação

1 – Todas as embarcações devem estar equipadas com painéis solares, os quais servirão como fonte única de energia. O uso de energia eólica e/ou energia derivada da força humana ou animal não é permitido.

2 – Não há restrições relacionadas ao uso de materiais, exceto:
– Materiais flexíveis que possam servir de velas,
– Materiais que possam poluir a água.

3 – É permitido o uso de sistemas de armazenamento de energia, além das baterias. Esses sistemas de armazenamento não poderão ser acionados antes do começo oficial da competição. No caso de uso de capacitores com propósito de armazenamento de energia, os participantes devem também ter um sistema que propicie o esvaziamento do capacitor imediatamente antes do início da competição. A capacidade máxima permitida nesse caso é de 30 Farad. A capacidade de armazenamento total de energia a bordo deve somar no máximo 1 kWh (3,6 MJ). Essa capacidade de armazenamento inclui as baterias elétricas principais do sistema motor.

4 – O piloto deve ter o campo de visão claro em todo e qualquer momento.

5 – Estabilidade: Um objeto com massa equivalente a 10% do peso leve posicionado no convés na região de maior boca com a tripulação devidamente posicionada não deverá resultar em inclinação maior que 15 graus. Neste caso nenhuma abertura no casco deverá submergir. A estabilidade deve ser tal que um momento adernante de 150 Nm aplicado à embarcação, carregada com uma massa equivalente de 50 kg sobre o assento do piloto, não resulte em uma inclinação acima de 12,5° de banda. Nesta situação nenhuma abertura deve submergir, bem como nenhuma borda de nenhum painel ou convés. No caso de flutuadores adicionais serem utilizados, cada um deve possuir um volume deslocado mínimo de 50 dm³. É permitido o uso de mais de um flutuador adicional em qualquer lado da embarcação. Nesse caso o volume total deslocado pelos flutuadores combinados deve ser de, no mínimo, 50 dm³.
6 – Todas as embarcações devem estar equipadas com um dead man’s switch disponível no mercado e aprovado comercialmente, o qual deverá permanecer funcionando o tempo inteiro enquanto o piloto e/ou outro tripulante estiver a bordo. Esse dispositivo será testado durante o teste de evacuação da embarcação.

7 – Se a embarcação for projetada com cabine fechada, esta deverá ser equipada com sistema de suprimento e circulação de ar que garantirá acesso a ar fresco durante a competição; a aprovação desse sistema dependerá do comitê técnico. A embarcação pode não possuir cabine fechada.

8 – Caso a embarcação carregue lastro, este deverá estar fixado em um compartimento separado. Este compartimento deve ser projetado de forma a garantir que o lastro seja expelido com facilidade em caso de capotamento (ângulo de banda maior ou igual a 90°) ou de forma a compensar o seu próprio peso somado ao lastro em reserva de flutuabilidade.

9 –Todas as embarcações devem obrigatoriamente estar equipadas com uma ou mais bombas elétricas e automáticas. As bombas devem ser projetadas para esvaziar todos os compartimentos que abriguem passageiros ou componentes elétricos. O sistema precisa ser projetado de maneira a garantir o esvaziamento, automática e independentemente, de cada um dos compartimentos acima mencionados. A bomba, que poderá estar ligada a uma bateria extra, deve ter uma capacidade de bombeamento mínima de1.500 litros por hora. O diâmetro interno mínimo da(s) mangueiras(s) conectada(s) à bomba não pode ser menor que a mangueira de saída . As mangueiras devem estar instaladas de forma que a água possa ser bombeada para fora da embarcação. Se a embarcação for multi-casco, a capacidade de bombeamento pode ser distribuída, ou seja, um catamarã pode ter duas bombas, uma em cada casco e cada uma com uma capacidade de bombeamento de 750 litros por hora. As bombas instaladas devem funcionar a qualquer momento, estando sujeitas a testes que podem ser requeridos pela organização a qualquer momento.

10- Todos os componentes rotatórios dentro ou sobre a embarcação devem estar adequadamente protegidos de modo a prevenir contato não-intencional, tanto na água quanto em terra. Em caso de uso de um flywheel com o propósito de armazenamento de energia, a mesma deve apresentar um compartimento protetor capaz de manter todos os componentes em caso de desintegração do sistema. Essa característica deve ser demonstrada por testes apropriados ou cálculos.

11 – Todas as embarcações devem ser projetadas para garantir a evacuação da tripulação em cinco segundos sem ajuda externa. Essa característica deve ser demonstrada por um teste de evacuação. O dispositivo dead man’s switch deve ser ativado durante a evacuação, sem que provoque qualquer atraso na evacuação. Coberturas que necessitem abertura para a evacuação de tripulantes não são permitidas. A largura mínima das cabines é de 50[cm].

12 – Não é permitido o uso de cintos de segurança nas embarcações.

13 – A cabine será inspecionada com o objetivo de detectar riscos em potencial.

14 – Todos os sistemas de aperto usados a bordo da embarcação devem ser assegurados mecanicamente. Todas as conexões que podem rotacionar durante a operação devem ser asseguradas com o uso de um contrapino. Não é permitido o uso de prendedores, tipo “LOCTITE”, exceto com a autorização especial da organização. Esta autorização somente será concedida mediante um pedido prévio por escrito, com justificativa, para a organização. O pedido deve conter uma descrição do design do dispositivo e uma justificativa da necessidade de usar esse tipo de prendedor. Em conexões porca e parafuso, este deve transpor a primeira com um mínimo de duas voltas completas. Esta determinação também vale para vigas roscadas e porcas auto-blocantes (barlock). É permitido o uso de velcro sob condição de ter sido especificamente indicado e projetado pela equipe, aprovado e inspecionado pela organização. Conexões adicionais podem ser requeridas pela organização a qualquer momento, quando se tratar dos painéis solares ou de questões relacionadas à segurança da tripulação e operação da embarcação.

15 – Todas as embarcações devem ser projetadas com uma borda livre mínima de 25 cm nos primeiros 2m, medidos a partir da proa da embarcação, e uma borda livre de pelo menos 20 cm no resto da embarcação. Ambas as bordas livres devem ser determinadas depois que a embarcação estiver totalmente carregada. Os cascos completamente fechados são isentos da borda mínima de 25 cm nos primeiros 2m, medidos a partir da proa da embarcação.

16 – Todas as embarcações devem ser projetadas de maneira a garantir flutuação suficiente quando totalmente carregadas. Por flutuação “suficiente” entenda-se a capacidade necessária para carregar a estrutura completa do barco e a tripulação, mais uma capacidade reserva de 20%. A capacidade de reserva deve ser demonstrada a partir de cálculos e pesagem. Além disso, a embarcação deve ser projetada para jamais afundar, mesmo que completamente cheia de água. Caso isso ocorra, presume-se que a tripulação não estará mais a bordo. Essa característica também será demonstrada a partir de cálculos e pesagem.

17 – Todas as embarcações devem estar equipadas com um ponto para amarrar um cabo para reboque. Todas as embarcações devem estar equipadas com um cabo de reboque flutuante de comprimento mínimo igual a 10m e um diâmetro mínimo de 8mm. As embarcações multi-casco devem ser equipadas com cabo de reboque presa em cada um dos cascos. Os cabos de reboque não podem ser de aço ou qualquer outro material difícil de cortar em caso de emergência. O(s) cabos(s) de reboque deve(m) ser preso(s) na frente do(s) casco(s) de maneira que possa(m) ser retirado(s) quando puxado(s) de um lado e mantido(s) preso(s) do outro, no(s) casco(s).

18 – Todas as embarcações devem estar equipadas com dois tipos de sistema de sinalização: uma bandeira laranja ou vermelha de perigo / socorro, uniformemente colorida mais um sistema sonoro, como uma buzina de navio, audível a distâncias razoáveis.

19 – Todas as embarcações devem estar equipadas com uma bóia de marcação, permanentemente presa a embarcação por um cabo com comprimento mínimo de 10[m] e diâmetro mínimo de 1[mm]. O cabo e a boia devem ser guardados de tal forma que em caso de desaparecimento total da embarcação sob a superfície da água o sistema flutue livremente e indique a posição do naufrágio.

20 – Todas as embarcações devem estar equipadas com pelo menos um remo, de comprimento mínimo de 60 centímetros, e uma pá de comprimento mínimo de 20cm e largura mínima de 13 centímetros. O remo deve ser amarrado, lacrado e posicionado em um lugar de fácil acesso na embarcação, podendo ser usado apenas em caso de emergência ou com a permissão da organização. Depois de usado, o remo deve ser novamente amarrado, no mesmo lugar, e lacrado.

21 – REGRAS ESPECÍFICAS DA FRISIAN.

22 – Todas as embarcações devem estar equipadas com um extintor de incêndio com uma capacidade mínima de 1 kg de material próprio para apagar incêndios, incluindo incêndio elétrico (categoria E). Considerando a dificuldade de encontrar esse tipo de extintor, os participantes poderão também usar extintores da categoria A (materiais sólidos).

23 – Todas as embarcações devem conter coletes salva-vidas para cada tripulante. O colete deve, minimamente, suportar o peso da pessoa a qual é destinado.

24 – Em caso de falha técnica a bordo os participantes tem a permissão para reparar ou substituir os componentes com defeito ou falha – o que, sempre que possível, deve ser feito sob a supervisão da organização e com componentes idênticos. No caso de maiores reparos/substituições (por exemplo, a substituição da bateria), a organização determinará a necessidade de um tempo de penalização na etapa subsequente. Etapas já iniciadas serão consideradas como já completadas, por exemplo, a instalação de uma nova bateria chumbo-ácida de 10[kg] ou a recarga de uma destas durante ou após a segunda etapa, implicará em uma penalidade de 10[kg]/25[kg]x100%x1[min] = 40[min] no tempo da terceira etapa. Se a penalidade ocorrer durante a etapa final, esta terá o tempo corrigido. Alterações na embarcação não podem ser feitas após a aprovação na inspeção técnica da organização. Todas as modificações exigidas pela organização deverão ser incorporadas antes do prazo estipulado. Durante qualquer modificação o participante é suspenso até que se termine a inspeção e aprovação. Todos os reparos do sistema elétrico das embarcações devem ser comunicados previamente à organização.
25 – Todas as embarcações devem estar equipadas com quatro anéis para suspensão das mesmas. Os anéis devem ter diâmetro interno mínimo de 20[mm] e estar posicionados de maneira que seja possível suspender a embarcação, com os painéis solares, dentro e fora da água. Devem ser de metal maciço e individualmente capazes de, em conjunto com a estrutura de base onde se prendem, suportar toda a embarcação suspensa. A embarcação deve permanecer o máximo possível na posição horizontal durante a suspensão. Será permitida uma inclinação máxima de 10 graus. A integridade do barco não pode ser comprometida durante a suspensão. A distância longitudinal entre os anéis deve estar entre 1[m] e 4[m].

26 – A velocidade média das embarcações deve ser de pelo menos 8[km/h], característica que será testada durante o prólogo da competição. Nesta etapa uma distância percorrida de até 10[km] pode ser exigida.

27 – Todas as quinas vivas e potencialmente cortantes devem ser protegidas.

28 – Durante a transposição de rota a embarcação não poderá ser carregada por mais do que 4 pessoas da equipe. São permitidos sistemas auxiliares para transportar as embarcações pelos obstáculos. Estes sistemas devem ser transportados a bordo e integrar o peso oficial da embarcação. A equipe responsável por carregar a embarcação nas etapas de transposição de rota não pode ser alterada.

2.4 – Painéis solares

Serão fornecidos pela organização do evento. Não há restrições quanto ao posicionamento dos painéis, contanto que estes não ultrapassem as dimensões máximas determinadas para as embarcações e estejam dispostos horizontalmente com um ângulo máximo permitido de 10°. Esta determinação também se aplica a painéis curvos. Sistemas de controle de inclinação dos painéis são permitidos, podendo ser operados manualmente ou eletricamente alimentados pelos painéis ou pela bateria principal. Cada painel deve ser preso mecanicamente à embarcação.

2.5 – Eletrônico

O tipo e a massa da bateria serão avaliados durante a qualificação técnica.

1 – As embarcações devem estar equipadas com um banco de bateria de capacidade nominal máxima permitida de 1kWh. Todas as seguintes referências à “bateria” dizem respeito ao banco de bateria. A capacidade nominal é baseada num tempo de descarga de 20 horas. Para julgar este requisito, os números na lista abaixo serão usados de modo a avaliar os diferentes tipos de bateria. Com a finalidade de determinar se a capacidade excede o valor máximo permitido, a bateria será pesada durante a inspeção técnica.

Chumbo-ácido e chumbo-gel 25.0 kg (40 Wh/kg)
Níquel-cádmio 20.0 kg (50 Wh/kg)
Níquel-metal híbrido 14.3 kg (70 Wh/kg)
Prata-Zinco 8.0 kg (125 Wh/kg)
Níquel-Zinco 15.2 kg (66 Wh/kg)
Níquel-Ferro 20.0 kg (50 Wh/kg)
Standart Lítium íon 7.1 kg (140 Wh/kg)
Lítium-Polímero 6.0 kg (167 Wh/kg)

2 – Os participantes flagrados com uma bateria instalada de potência superior ao valor máximo permitido receberão um tempo de penalização. O tempo de penalização será de 1 minuto por etapa por ponto percentual de excesso em relação à potência máxima permitida. A mesma penalização será aplicada no caso de troca de bateria (ou partes dela).

3 – É obrigatório o uso de um Sistema de Monitoramento da bateria adequadamente funcionando para todas as baterias, com exceção das de Chumbo-ácido e Chumbo-gel. O sistema deve monitorar tanto a voltagem quanto a temperatura da bateria e ser capaz de desligar o sistema quando necessário. Para baterias de Lítium-polímero, o monitoramento das correntes de carga e descarga é requerido. O Sistema de Monitoramento da Bateria deve ser projetado para monitorar todos os painéis individuais da bateria. O peso do Sistema de Monitoramento da Bateria não será incluído durante a verificação do peso da bateria. Todos os participantes devem garantir que as baterias poderão ser pesadas separadamente.

4 – A voltagem máxima permitida do sistema é de 52 V DC ou AC RMS.

5 – A voltagem máxima permitida da bateria principal é de 48 V DC.

6 – A bateria principal será carregada somente através dos painéis solares. Os participantes poderão começar a competição com a bateria totalmente carregada. Toda a energia solar disponível durante a competição pode ser usada para propulsão e/ou recarga da bateria principal. Os painéis solares podem também ser usados de manhã, antes da etapa seguinte, ou de tarde, depois de completada a etapa do dia, com o objetivo de aproveitar a luz do sol disponível para gerar eletricidade e carregar as baterias. É permitido extrair energia do motor com o uso de curtos disparos do “freio regenerativo” da embarcação. O uso de outras formas de energia para carregar as baterias durante o curso da corrida resultará em desclassificação.

7 – É permitida a instalação de baterias extras para questões de segurança caso seja considerado necessário. Contudo, isto somente se aplica se a energia armazenada não for usada para propulsão. Se uma equipe desejar fazer uso de tais baterias extras deverá encaminhar um pedido formal para o comitê técnico antes de determinada etapa do projeto. O comitê técnico se encarregará de avaliar a proposta e, caso venha permitir o uso de baterias extras, a decisão deverá ser comunicada durante a inspeção técnica, antes da competição, durante a qual a bateria será inspecionada. A utilização de equipamentos de mão a bateria ou pilha são permitidos contanto que não estejam conectados eletricamente aos sistemas da embarcação.

8 – Todos os componentes condutores de energia devem ser isolados para prevenir a ocorrência de situações de perigo no caso de contato ou exposição à água.

9 – O desenho dos circuitos elétricos deve estar baseado no padrão de codificação por cores (ABNT).

10 – Os participantes somente poderão usar baterias recarregáveis eletricamente. Não será permitido o uso de outros tipos de baterias, como as recarregáveis mecanicamente. Não é permitido o uso de células de combustível. Cada equipe é responsável por suas baterias. Todas as baterias usadas na competição devem estar comercialmente disponíveis. As baterias não podem ser modificadas sob qualquer circunstância. Os participantes devem disponibilizar todos os dados relacionados às baterias antes de determinada etapa do projeto e durante a inspeção técnica. Os dados de especificação da bateria devem incluir pelo menos uma descrição detalhada do tipo de bateria a ser usado e o assim chamado “formulário de dados de segurança”.

11 – As baterias devem ser instaladas em compartimentos separados, de modo a eliminar o risco de contato direto entre a tripulação e as baterias. Esse compartimento tem também o propósito de facilitar a montagem das baterias na embarcação e conter possíveis vazamentos, devendo, portanto, ser fabricado com materiais resistentes a fluidos eletrolíticos. Os sistemas de fixação devem ser projetados de forma a suportar a bateria mesmo em caso de capotamento, não podendo haver contaminação ambiental nem a perda da mesma. A distância mínima entre a tripulação e as baterias é de um metro. Deve ser possível amarrar, fácil e rapidamente selar o compartimento e as conexões elétricas. Os compartimentos devem ter um sistema de ventilação forçada com uma capacidade mínima de 0.3 m³/min. O sistema de ventilação deve estar operante em todo momento, desde a conexão elétrica da bateria à embarcação (quando o controle principal do sistema elétrico for ligado). A saída do sistema de ventilação deve estar localizada numa posição atrás da tripulação ou numa posição alternativa suficientemente distante da tripulação; a decisão em relação a este tópico cabe ao comitê técnico. O sistema de ventilação da bateria deve ser projetado de modo que respingos ou chuva não façam contato elétrico com a bateria. O sistema de ventilação da bateria deve estar ligado à bateria e/ou aos painéis solares o tempo inteiro e ser alimentado exclusivamente por estes.

12 – Todos os cabos condutores de energia devem ser projetados com dimensões apropriadas para agüentar as correntes de voltagem e energia previstas. O desenho do sistema deve apresentar uma margem de segurança de 50% acima da expectativa máxima de energia a ser usada.

Área de seção [mm²]

Corrente nominal permitida [A]

1,5

20 x 1,5

2,5

27 x 1,5

4

36 x 1,5

6

46 x 1,5

10

62 x 1,5

16

80 x 1,5

25

105 x 1,5

35

125 x 1,5

50

155 x 1,5

70

195 x 1,5

95

235 x 1,5

120

270 x 1,5

13 – Todas as embarcações devem estar equipadas com um botão de segurança principal para cortar o suprimento de energia do motor no caso de situações de emergência. O botão deve estar claramente identificado como botão de ignição do motor e as posições “on” e “off” devem estar claramente sinalizadas com tamanho mínimo de letra de 10[mm]. No caso de uso de um transmissor, é permitida uma bateria adicional para sua alimentação, os dois, transmissor e bateria do transmissor, exclusivos para este fim.

14 – O sistema elétrico deve apresentar um fusível conectado em série com a bateria principal. O fusível não deve, sob qualquer circunstância, carregar mais de 200% da energia esperada. Deve ser montado o mais próximo possível da bateria e sua faixa de operação não deve ser maior que a corrente nominal máxima permitida na fiação de menor diâmetro de seção, mais fina, do sistema.

15 – As baterias devem estar conectadas à embarcação com um cinto de uma largura mínima de 3.5 centímetros, ou com um sistema alternativo apropriado. Não é permitido usar velcro para este propósito.

16 – Os participantes devem usar equipamento protetor de visão sempre que estiverem montando e/ou realocando as baterias e/ou quando executando qualquer atividade relacionada às baterias.

17 – As baterias devem estar instaladas num contêiner apropriado. O propósito do contêiner de bateria é simplificar a amarração do sistema de bateria à estrutura do barco. O contêiner de bateria deve também ser projetado de modo a evitar o vazamento de fluidos eletrólitos na embarcação no caso de danos à bateria. Por estas razões o contêiner da bateria deve ser feito de materiais resistentes ao tipo de eletrólito utilizado na bateria. O contêiner da bateria pode ser uma caixa separada, amarrada na estrutura da embarcação ou uma caixa que seja parte integrante da estrutura da embarcação.

18 – Deve ser possível lacrar todas as conexões elétricas entre os painéis solares, o sistema de propulsão e os sistemas de armazenamento. A organização vai lacrar vários desses sistemas durante a inspeção técnica. Se um participante precisar violar o lacre, terá que notificar à organização o quanto antes. A embarcação não poderá participar da competição caso o lacre seja violado. A embarcação poderá tornar a competir uma vez que seja submetida a uma nova inspeção e o sistema seja lacrado novamente.

2.6 – Aparência da embarcação
1 – Todas as embarcações devem estar equipadas com um número de registro que será distribuído pela organização. A organização providenciará dois adesivos para cada participante. Os adesivos devem ser colados em cada um dos lados do painel de registro, na proa.
2 – Todos os participantes devem reservar 25% da proa dos dois lados do casco da embarcação para propaganda da organização e dos patrocinadores da corrida.

3 – Os participantes podem concluir o design do barco adicionando elementos estéticos de acordo com suas escolhas e preferências. Os participantes podem também apresentar propaganda para seus patrocinadores, desde que a propaganda não seja conflitante com os padrões éticos e interesses da organização. A decisão em relação a este tópico caberá à organização.

2.7 – Inspeções
1 – A organização tem o direito de conduzir inspeções nas embarcações em qualquer momento. Os participantes devem cooperar com tais inspeções.
2 – Todos os pilotos e membros da tripulação devem pesar no mínimo 70kg durante a corrida. Eles serão pesados com roupas de banho e colete salva-vidas. No caso de um piloto ou tripulante ter peso inferior à 70kg, o peso do lastro Máximo que ele/ela deverá carregar durante a competição será de 25kg. Nesse caso, cada membro da tripulação ou piloto receberão uma marcação específica no lastro e no colete salva-vidas.
3 – O comitê técnico fará a inspeção de todas as embarcações para verificar o cumprimento dos requisitos antes do início da competição. Todos os participantes serão convidados para a inspeção, sendo avisados com antecedência da hora e do local. As embarcações que não cumprirem os requisitos serão desqualificadas até cumprir os requisitos, o que deverá ser confirmado por meio de uma nova inspeção. Todas as embarcações poderão ser submetidas a inspeções adicionais sem aviso prévio aos competidores, em qualquer momento da competição. As modificações feitas após a inspeção implicarão em re-inspeção.
4 – Todos os participantes serão informados quanto ao método da inspeção por meio de um formulário, o mesmo que será usado para as inspeções. Os participantes devem se preparar baseados nesse formulário, o que facilitará a inspeção.
5 – Os participantes serão sempre responsáveis pela condição técnica e a segurança da embarcação durante a competição. A aprovação na inspeção não exime os participantes dessas responsabilidades.

6 – Caso a embarcação seja capaz de atingir velocidades superiores a 20[km/h], o piloto deve apresentar permissão especial para conduzir embarcações.

7 – Após a realização da inspeção, as embarcações não podem deixar a área de preparação e largada para corrida. O descumprimento pode levar à desqualificação.